Santeria,
o Caminho dos
Santos
No cristianismo, o culto aos santos é
denominado de «Dúlia», sendo que a
Dulia é uma prática religiosa também denominada de «piedade popular», ou seja: apiedade
popular ou a Dulia, são expressões de espiritualidade e de fé que consistem no
culto privado e pessoal de uma comunidade, ou de um grupo de
pessoas, ou de um individuo, relativamente a um santo ou aos santos.
A pratica da piedade popular ou da Dulia
nem sempre foi bem recebida pelo Vaticano, sendo que em 1376, na
obra Directorium inquisitorum , ( o Manuel do Inquisidor),
de Nicholas Aymerich, a Dulia era considerada uma forma de feitiçaria
secular herética.
Esta perseguição medieval
contra a «Dulia» ou a «piedade popular», ocorreu principalmente
porque a dulia consistia ao mesmo tempo na dedicada devoção aos santos, sendo
porem que possuía em sí uma forte componente mística, onde é comum
encontrar elementos de apelo a formulas esotéricas mais ou menos obscuras, convivendo
lado e lado com as mais iluminadas orações aos santos.
Estas praticas espirituais misturavam-se
ocorriam em simultâneo na dulia, fazendo todas elas parte do mesmo corpo de
crenças religiosas, o que despertou a reprovação da inquisição medieval.
Na verdade, se tal sucedia não era porque
a «dulia» ou a «piedade popular» fossem formas de veneração ás trevas, ( não o
são, nem nunca o foram), mas sim porque na sua mais profunda essência, a dulia
ou a piedade popular ou a Santeria professam que tudo aquilo que existe está
sob poder de Deus, e que por isso através dos santos tanto é possível apelar ás
bênçãos de Deus, como é possível obrigar as forças de trevas a cumprir com
ordenamentos e instruções para certos fins, pois que se defende que o poder de
Deus se estende sobre todas as coisas, sejam elas de luz ou trevas.
Ao contrario das visões maniqueístas e
dualistas que vêem o mundo de forma simplista, ou seja, como um campo a «preto
e branco» onde existe o «bem» de um lado e o «mal» do outro, já as praticas da
Santeria tendem a ver o mundo não na visão redutora da dualidade «branco e
negro», mas sim a ter o mundo como uma imensa palete de inúmeras cores, onde
Deus tem poder sobre todas elas, e por isso tanto luz como trevas em todos os
seus espectros, gradações e dimensões podem ser usadas por Deus, sob a
autoridade de Deus, e através dos santos.
É nesta «Dulia» e nesta manifestação de
«Piedade Popular», que a Santeria europeia possui algumas das suas mais
ancestrais raízes teológicas e teosóficas.
A santeria, é uma religião, na qual se
professa o chamado «caminho dos santos», ou seja, a dedicadíssima e especial adoração dos santos, no qual o seus
praticantes e sacerdotes são os chamados «santeros», ( quando sendo
eles os «sacerdotes» masculinos desta religião), e «santeras», ( quando sendo
elas as sacerdotisas femininas desta religião), da mesma forma que em Umbanda
ou Kimbanda podereis encontrar os «Pais de Santo» ou «Mães de Santo».
As doutrinas
espirituais da santeria desenvolveram-se a partir da simbiose
entre o cristianismo e as crenças religiosas de origem africana, havendo-se
esta doutrina religiosa fundado em países como Brasil, Cuba, Panamá,
Porto Rico, Republica Dominicana, Venezuela, Argentina, México e tendo-se
propagado ate mesmo nos Estados Unidos da América, Espanha e França.
As origens da
santeria residem num processo de sincretismo entre as religiões de origem
africana, ( religiões onde a crença em espíritos ancestrais se
encontra profundamente presente), e o cristianismo que foi levado aos povos africanos
através dos movimentos de colonização das potencias europeias entre
os sec. XV e XVII, nomeadamente os reinos inglês, francês, português e
espanhol, que maioritariamente dominavam o espectro do cenário colonial a nível
mundial.
Assim,
confrontados com as evangelizações obrigatórias que os padres missionários
impunham aos escravos, os povos colonizados passaram a adorar certos santos
cujas características mais se assemelhavam com os seus
espíritos ascestrais, e assim nasceu todo o processo de sincretismo
religioso através do qual os missionários julgavam observar com sucesso a
implantação da fé cristã nos povos recentemente evangelizamos, ao mesmo tempo
que os escravizados descobriam uma forma de conseguir , em segredo,
manter e praticar as suas próprias crenças religiosas. Com o passar do
tempo, os povos colonizados começaram efectivamente a assimilar com
grande profundidade as crenças cristas, ao passo que perpetuando as suas
praticas espirituais ancestrais, o que conduziu ao nascimento de uma nova
corrente religiosa de natureza efectivamente cristã, a que se denominou «o
caminho dos santos».
Assim e como a
história é um processo constantemente evolutivo que se desdobra em espirais, se
da Europa partiu o cristianismo para todo o mundo, séculos mais tarde o
cristianismo imbuído dos princípios espirituais dos povos que tocou, acabou
retornando á Europa.
Actualmente, no ocidente europeu –
Espanha, Portugal,
França, Italia, etc – as crenças religiosas
da santeria já se implantaram e são praticadas com
grande veneração, se bem que de formas mais afastadas das suas doutrinas
originais de África e do continente Americano, ou seja, não tão enraizadas nos
princípios das religiões africanas, mas mais associadas e centradas nas crenças
doutrinarias do cristianismo, naquilo a que se chama de «Dulia» ou «piedade
popular», e que são manifestações teológicas que provem desde a idade media.
As ramificações actuais da santeria praticada
na Europa – o chamado caminho dos santos – assenta mais na
predominância de devoção a Jesus Cristo, ( aquele a quem se chama o
SANTO DOS SANTOS), assim como na fidelíssima devoção de santos cristãos.
Na doutrina europeia - cristã do
«caminho dos santos», Jesus é tido não apenas como um ser puramente
divino, mas antes como um homem de «carne e osso» no qual habitou um espírito
celestial.
Crê-se nessa doutrina que no corpo
de um ser humano que foi Jesus, habitou o espírito celestial de Cristo, e
crê-se que foi por isso que Jesus afirmou que iria destruir o templo de Deus em
3 dias, e em 3 dias o reconstruiria. Ao dizer isso, crê-se que Jesus não se
estava referindo ao templo de Israel, mas sim ao seu próprio corpo, que era um
templo, ( uma habitação), onde habitava o espírito do filho de Deus,
( Cristo), e que o seu corpo, ( o templo), seria destruído, ( morto e
crucificado), para que em 3 dias o espírito que nele habitava a ele regressasse
e se operasse a ressurreição. Por assim ser, assim se explica que Jesus
haja dito no momento da sua morte: «Deus, porque me abandonaste?», ou seja, não
porque Deus o tivesse realmente abandonado, mas porque o espírito de Cristo que
habitava no corpo humano de Jesus dele saiu, para 2 dias depois regressar,
operando-se a ressurreição. Tudo isto vem dar força ao ensinamento que Jesus
afirmou, e no qual dizia que o «corpo é o templo no qual habita o espírito»,
pois que em verdade o corpo do ser humano Jesus, foi o templo onde habitou o
espírito celestial de Cristo, o filho de Deus.
E porque assim se crê que num homem
pode habitar um espírito superior, e porque se crê que assim acontece com os
santos, ( que são por isso pessoas escolhidas por Deus para neles
residir um espírito de Deus), assim se professa a devoção e crença nos santos,
sendo que de todos os santosJesus é tido como o SANTO DOS
SANTOS.
Contudo, o «caminho dos santos»
mesmo nas suas ramificações europeia – cristas, continua a conter no
seu corpo de crenças, tal como nas doutrinas originais da santeria,
a vertente da prática mística. O «caminho dos santos» continua por isso a
professar igualmente a celebração de praticas místicas e espirituais, (
aquilo a que se chama vulgarmente de «magia», ou de «feitiçaria»), através
das quais se tenta invocar e contactar com espíritos, ( á imagem do que sucedia
nas religiões africanas), sendo que tal não é visto como motivo de «pecado»,
mas sim como um exercício de fé e de contacto com o mundo espiritual e por
isso… com Deus, que é senhor de todos os espíritos. Tal como nas religiões
africanas o contacto com os espíritos ancestrais é um elemento fundamental do
seu corpo de crenças, também no caminho dos santos o contacto e
a intercedencia com os espíritos dos santos, assim como com os
espíritos em geral, é uma pratica considerada legitima e
fundamental.
Nas doutrinas ocidentalizadas
do caminho dos santos, considera-se normalmente que Deus é um ser
poderosíssimo, cuja a vastidão, poder e complexidade é de tal forma
infinita que a mente humana jamais poderá aspirar a conhece-Lo na sua
plenitude. Diz um velho provérbio, que: «O ser humano é menor que um
grão de mostarda diante de Deus, sendo que Deus é maior que a maior das
montanhas diante do grão de mostarda». Assim, não pode o homem aspirar a
conhecer um ser de tamanha amplitude, mas antes e apenas pode o homem aspirar a
adorar Deus, a ter fé em Deus, ( essa sim, sendo apenas do tamanho de
um grão de mostarda, pode contudo operar o milagre), e aceitar a sua
existência, os seus mistérios e os seus desígnios. Deus é um ser distante no
sentido em que é um ser que reside nas próprias origens da criação, e é por
isso uma essência de tamanha sabedoria, luz e vastidão que ao ser é humano
impossível alcançar ou perceber a sua glória.
Nesse contexto, a adoração de
espíritos de santos, (espíritos sábios, poderosos e ancestrais), que são
espíritos elevados a um plano superior da existência, é uma das formas de
tentar um contacto com essa essência grandiosa que é Deus. Os espíritos dos
santos tem poder e sabedoria para operar milagres, e os espíritos dos santos
podem através do plano elevado em que habitam, interceder com maior eficácia
junto de Deus. Daí a crença na pratica do contacto com os espíritos, (
sejam os espíritos de santos, ou espíritos elementais, ou espíritos em
geral), como forma de não apenas apelar aos seus poderes, como de apelar a uma
intercedência eficaz junto de Deus.
O dom de contactar com espíritos,
ou de tentar interceder junto de espíritos, ( sejam espíritos
de anjos, de ancestrais falecidos, de demónios ou de forças terrenais), não é
visto como um pecado mas sim como um instrumento de Deus.
Esse dom é tido como o dom da
sabedoria e da fé.
Esse dom, não é tido nem como bom,
nem como mau, mas antes como um exercício de fé. E esse exercício é bom se for
professado conforme os projectos de Deus.
Assim se pode observar nas
escrituras:
Moisés afirmou que o contacto com
espíritos de Deus, ( o dom da profecia), era santo e era bom.
Salomão contactou com espíritos de Deus e
espíritos de demónios.
Jesus contactou com espíritos,
fosse com espíritos de ancestrais falecidos, ( Elias e Moises),
fosse com espíritos de demónios, ( Jesus comunicou com um demónio nos 40
dias de estadia no deserto, assim como contactou com outros vários demónios e
espíritos para operar os exorcismos), sendo que possuiu dentro de si o
espírito do filho de Deus, ou seja, o espírito de Cristo
Daniel contactou com espíritos de Deus
Balaão embora praticando magias,
contactou e dialogou com um anjo de Deus
Os discípulos de
Jesus foram incorporados por espíritos de Deus, após o qual começaram a falar
em diversas línguas e operaram milagres
Os três magos do
oriente que presenciaram o nascimento de Jesus comunicaram com um espírito
vindo de Deus
Então:
Diversos foram os santos que
comunicaram ora com anjos, ora foram visitados por demónios
Enfim:
As escrituras e toda a história do Cristianismo
estão por isso repleta de exemplos de pessoas que comunicaram com
espíritos, atestando-se que tal constitui uma prática santa e não um
pecado.
As práticas do caminho dos santos
nas suas versões europeia - cristas, tendem a professar o contacto com
espíritos através de métodos litúrgicos mais ortodoxos, ou seja, através da
celebração de missas e rituais nos quais se operam processos esotéricos,
(ocultos, herméticos e secretos), com a finalidade de invocar espíritos e de
pedir intercedências junto de santos que são objecto de culto e adoração.
Tais práticas tendem comummente ser
confundidas com práticas de bruxaria ou feitiçaria, (até porque os processos
são bastante análogos), sendo contudo que na sua essência constituem confissões
religiosas bastante distintas, pois que este «caminho dos santos» é um caminho
profundamente devoto dos santos, de Jesus Cristo e do Criador, sendo que nele
se respeita sempre e em ultima instancia a vontade de Deus.
A crença nos santos possui a sua
raiz mais profunda na própria crença nos espíritos e no transcendental mundo
dos espíritos.
A crença nos «santos» pressupõem a
crença no «espírito» que sobrevive á morte do corpo, pois que se crê que um
santo é uma pessoa que em vida havendo sido um exemplo de fé e de entrega a
Deus, então depois da morte do corpo porem o espírito dessa pessoa contínua
existindo e operando os seus prodígios.
Assim sendo, eis que se crê que
apelando a um «santo», você esta apelando a um «espírito» ancestral que já
habitou neste mundo, para que esse espírito que agora habita na realidade
celestial do mundo do espírito, então ele possa ora pessoalmente actuar em seu
favor numa certa causa, ora que ele interceda junto de quem possa actuar para
seu favorecimento.
Neste aspecto, a crença nos santos é
uma crença espírita e espiritualista, tal com a crença nos anjos, com a única
diferença que se anjos são espíritos ancestrais que existem desde os primórdios
da criação, já os santos são espíritos de pessoas de «carne e osso» que tendo
falecido, porem os seus espíritos transitaram para as esferas espirituais.
Sobre os santos, assim podemos ler:
Moisés (…) Deus tornou-o glorioso
como os SANTOS
Eclesiástico 45,1-2
E também assim está escrito:
O Senhor elevou Araão a um
SANTO (…) estabeleceu com ele uma aliança
Eclesiástico 45, 6-14
Assim se sabe que Moisés
e Araão foram homens que tendo vivido neste mundo «em carne e osso»,
porem depois da morte os seus espíritos continuaram vivendo no «outro mundo», e
foram elevados por Deus á categoria de «santos», sendo que assim eles foram
tornados espíritos gloriosos com quem Deus estabeleceu uma aliança, e que por
isso são espíritos com poder para em espírito operarem prodígios e maravilhas.
Assim, eis que se sabe também que é
Deus que eleva os espíritos escolhidos á santidade.
Eis que assim também se sabe que
aquele «espírito» que for pelo Senhor elevado a «santo», esse será um «espírito
santo».
E mais assim se sabe conforme assim
se pode ler:
O Senhor virá para ser glorificado
nos seus SANTOS
Tessalonicenses1,10
Pois assim se sabe:
È através dos «santos» que Deus
veio, vem e virá a este mundo para se glorificar e recompensar todos aqueles de
fé, assim como é através dos seus santos, que Deus se manifesta neste mundo.
È pois a esta crença espírita e
espiritualista nos «espíritos» e em «Deus» que é «espírito», que reside a
essência da mensagem espiritual e religiosa que a Santeria anuncia ao mundo.
E isso, porque olhai que assim se
pode ler:
Moisés disse a Deus: «(…)
Senhor, o Deus dos espíritos(…)»
Números 27,15
Assim se sabe:
«Deus» é «espírito», e «Deus» é o
«Senhor» dos «espíritos», e «Deus» é o «Senhor» do «mundo» dos «espíritos».
Pois então assim se professa:
O contacto e o clamor aos «espírito»
e ao «mundo dos espíritos», ( «santos» são «espíritos» que habitam no
«mundo dos espíritos»), é coisa que se feita em Deus e por Deus,
então será sempre coisa santa e boa.
Assim ensinou Jesus, o Santo dos
Santos:
Deus é espírito
João 4,24
E mais assim:
O espírito é que dá a vida, a carne
não serve para nada
João 6,63
E mais assim foi ensinado:
Na ressurreição (…) os homens e as
mulheres (…) serão como os anjos do Céu
Mateus 22,30
Pois assim se crê: a morte do corpo
não é o fim da vida, pois a vida reside no espírito e não na carne, e o corpo
morrendo porem os espíritos perduram, e o espírito é a fonte da vida.
Mais assim se sabe: após a morte do
corpo o espírito prossegue existindo, e o espírito dos homens e mulheres
partidos deste mundo para essa realidade espiritual são como os anjos do Céu.
E por isso, assim foi instruído pelo
Santo dos Santos:
Vão adorar o Pai em espírito (…)
porque esses são os adoradores que o Pai procura (…) Aqueles que O adoram,
devem adora-lO em espírito
João 4,24
Pois assim: venerar ao espírito,
procurar aos espíritos, e adorar em espírito, é fazer e adorar conforme Deus
manda através do seu Santo dos Santos: È por isso nos «espíritos», nos
«santos espíritos», e «em espírito», que a
doutrina religiosa da Santeria professa a sua crença e veneração.
Assim sendo:
A grande família da fé cristã é fonte
de uma enorme riqueza espiritual que não se reduz apenas ao catolicismo
Apostólico – Romano centrado em Roma e no Vaticano, mas sim nele coexistem e
florescem muitas outras fontes de fé e doutrinas, nomeadamente:
Baptistas, Adventistas, Jeová, Mórmones,
Evangelistas, Anglicanos, Metodistas, Luteranos, Calvinistas, Presbiterianos,
Pentecostais, etc
Pois tal como em todos os demais
citados casos, a doutrina do «caminho dos santos» é uma das ramificações do
«cristianismo».
Nesse caminho são em traços gerais
professados 7 pilares de fé fundamentais, e 7 princípios teológicos basilares,
e eles são:
….+….
Os 7 PRINCIPIOS DOUTRINARIOS BASILARES DA RELIGIAO DA SANTERIA, NA SUA
RAMIFICAÇAO e LINHA «HEBRAICO – CRISTû
I - PRIMEIRO PRINCIPIO DOUTRINARIO -
Assim está revelado:
O senhor virá para ser glorificado
nos seus SANTOS
Tessalonicenses1,10
Pois por isso assim anunciamos: a
devoção deste caminho espiritual reside nos santos e no culto aos santos, pois
que é nos santos que Deus anuncia a sua glória, e é pelos santos que a obra do
Senhor se fez, se faz e se fará neste mundo, e é através dos santos que são
anunciadas ao mundo as maravilhas e os prodígios do espírito. E mais assim está
revelado:
Ele é um Deus SANTO
Josué 24,19
Pois então: O Senhor é um Deus santo,
e por isso Deus é um espírito santo, e por isso neste caminho dos santos se
professa a fé nos santos e a crença nos espíritos. E mais assim está revelado:
Este é o SANTO dos santos
Ezequiel 41,4
Pois então: cremos que esta profecia
se cumpriu em Jesus, e que por isso Jesus é o «Santo dos santos». E assim
sendo:
Neste caminho religioso cristão, eis
que observando a estes mandamentos, é então professada a fé nos SANTOS e o
culto aos SANTOS, sendo que Jesus Cristo é tido como o SANTO DOS
SANTOS.
II - SEGUNDO PRINCIPIO DOUTRINARIO -
Professada a especial fé no ESPIRITO
SANTO, (conforme revelado em Marcos 1,10-12; Lucas 3,21-22), e no seu oculto mistério,
pois que foi esse misterioso Espírito que no momento do baptismo se fez revelar
incorporado na forma de uma pomba, e que anunciou a divina filiação de Jesus.
III - TERCEIRO PRINCIPIO
DOUTRINARIO -
Professada a fé e especial devoção
a: SÃO CIPRIANO e SANTA MARIA MADALENA. São também
considerados e professados enquanto livros sagrados da fé:
a Bíblia e a Obra de São Cipriano.
IV - QUARTO PRINCIPIO DOUTRINARIO -
Professado que através dos SANTOS se
podem alcançar tanto as BENÇÃOS como as MALDIÇÕES de Deus, e anunciado que a
prática do ESOTERISMO e da ESPIRITUALIDADE se for celebrada conforme os
ensinamentos bíblicos, não são coisas pecaminosas… mas sim e apenas o mero
cumprimento daquilo que as escrituras revelam que pode e deve ser feito para
alcançar dadivas, prosperidades e fertilidades através do poder que Deus
manifesta em todas as coisas.
V - QUINTO PRINCIPIO DOUTRINARIO -
Professado que o tal como dizem as
escrituras, Deus é um ESPIRITO, (João 4,24), e Deus é Senhor de todos os ESPIRITOS,
(Números 16,22), e por isso que o contacto e
invocação de espíritos sob a autoridade de Deus não é um pecado mas sim o
cumprimento do revelado na Palavra de Deus, feito conforme Moisés o fez; Também
é professado que Deus tem sob seu poder não apenas «alguns» espíritos mas sim
«todos» os espíritos, e que por isso Deus tem ao seu serviço tanto espíritos
bons como espíritos de trevas, e que por isso tanto uns como outros podem ser
invocados e comandados através do poder de Deus e dos santos de Deus, tal como
o foram através de Moisés que tanto teve ao seu serviço anjos bons
de Deus,( que guiaram o seu povo no deserto, alimentando-o e
salvando-o dos perigos - Êxodo 23, 20-), como anjos de destruição, ( que
realizaram feitos de CIENCIAS OCULTAS diante do faraó -Exodo7,10-13 -, e que atingiram o Egipto com
terríveis pragas e devastação -Salmo 78,43;49-). É por isso professado que Deus tanto
pode usar anjos ao seu serviço, ( como aquele que auxiliou Tobias, ou
aquele que se dirigiu a Balaão, ou aquele que falou com o
profeta Daniel, ou aquele que anunciou a Maria o nascimento de
Jesus), como igualmente pode usar demónios e espíritos maus ao seu serviço, (
como aquele que Deus usou contra o Rei Saul para o desgraçar,
ou como aquele que Deus usou contra Job para lhe testar a fé,
ou como aquele que Deus usou para colocar discórdia entre Abimelec e
os senhores de Siquem), e por isso se crê que Deus é senhor de todas as
coisas, e que para o Senhor usar de anjos e bênçãos, (aquilo a que
comummente se chama «magia branca»), como de demónios e maldições,
( aquilo a que vulgarmente se chama «magia negra»), tudo é possível a
Deus e tudo d’Ele provem.
E assim:
Eis que se professa que todas essas
obras do espírito podem ser realizadas através de um santo de Deus como era
Moisés, como era Balaão, como era Daniel, como era Salomão, como era os três
magos de Jesus, e como era são Cipriano.
VI - SEXTO PRINCIPIO DOUTRINARIO -
Professado que Moisés foi
um mago que realizou feitos de ciências ocultas iguais
e maiores aos dos magos do Egipto, ( Êxodo 7,8-11;17;21-22; 8,1-3;
12-18; 9,8-11); professado que Balaão foi igualmente ummago que
realizou as suas artes espirituais ao serviço de Deus e que foi por Deus
abençoado com a profecia de Jesus, (Números 21,6-7;18; 24,13); professado que Daniel, (
também chamado Baltazar), foi igualmente um mago da
corte do rei da Babilónia, (Daniel 4,5;6; 16; 5,12-14); professado que magos foram
aqueles três que foram chamados pelo Deus dos Céus e das
Alturas a testemunhar o nascimento de Jesus, o Santo dos santos,( Mateus 2,1-12); Tudo isto é professado, e por
isso o caminho da magia celebrado conforme Moisés, Balaão, Daniel e
os três magos de Jesus, é um caminho espiritual santo e de Deus,
conforme santos foram estes magos. È por isso
a Moisés, Balaão, Daniel, aos 3 magos de Jesus, a são
Cipriano e a santa Maria Madalena, que nesta doutrina são
prestados especial culto religioso e devotaveneração
espiritual. E porem, eis que é igualmente professado que no «caminho dos
santos» não se pratica a «magia» pela «magia», nem a «magia» em nome da
«magia», mas sim se a «magia» é praticada ela é-o em nome de Deus e dos Santos
de Deus, tal como se crê que o fez Moisés, tal como se crê que o
fez Balaão, tal como se crê que o fez Daniel, e tal
como se crê que o fizeram os 3 Magos que testemunharam o
nascimento de Jesus Cristo. Assim, nesta doutrina o «acto magico» é apenas
considerado enquanto um acto litúrgico e ritual de apelo ás bênçãos de
Deus, (a chamada «magia branca»), ou ás maldições de Deus
,(a chamada «magia negra»), celebradas estritamente conforme os santos
ensinamentos esotéricos da Bíblia, da Torah hebraica,
da kabalah Hebraica e de santos saberes de são
Cipriano.
VII - SETIMO PRINCIPIO DOUTRINARIO -
Professado que «magia branca» é na
verdade o apelo ás «bênçãos» de Deus, e que a «magia negra» é na
verdade o apelo ás «maldições de Deus», e que porem a «magia», seja ela
«branca» ou «negra», toda ela é coisa do «mundo do espírito» e do «espírito», e
que por isso toda ela provem de Deus, pois que está provado e escrito: Ponho diante de vós a
BENÇÃO e a MALDIÇÃO» – Deuteronómio 11,26 , assim como está
revelado e comprovado: Pronunciarás
a BENÇÃO sobre o monte Garizim e a MALDIÇÃO sobre o monte Ebal –
Deuteronómio 11,29.
Pois então: Assim se atesta que Deus é Dono e Senhor de toda a
«bênção» e de toda a «maldição», e que todas elas d’Ele provem, e por
Ele operam, e foram por Ele criadas.
Mais se crê e professa – neste
caminho de santo – que a tanto a bênção de Deus, ( a chamada «magia
branca),como a maldição de Deus, ( a chamada «magia negra»), ambas podem ser
operadas clamando a Deus, e isso assim se atesta neste mandamento que assim
está revelado: O sacerdote escreverá esta MALDIÇÃO num documento (…)e o sacerdote
fará este ritual – Números 5,23;29-30 – Pois assim se sabe: aos sacerdotes
que veneram a Deus é instruído não apenas clamar ás bênçãos de Deus,
como lhes é instruído clamar ás maldições de Deus, e isso assim se testemunha e
confirma neste mandamento.
Mais assim está escrito: Eliseu (…) AMALDIÇOOU-OS EM NOME DO
SENHOR. Então saíram duas ursas do mato e despedaçaram quarenta e dois desses meninos – 2 Reis 2,24 Pois por isso, assim se
sabe: É possível por mandamento de Deus – conforme o confirme esta
Palavra de Deus – tanto abençoar como amaldiçoar,
desde que em nome de Deus assim seja feito, pois que Deus é
Senhor tanto de bênçãos como de maldiçoes, e por isso a um homem de Deus – como
era Eliseu – Deus lhe concede a prerrogativa de tanto abençoar como de
amaldiçoar, pois acaso não está escrito: «e Eliseu amaldiçoou-os em nome do
Senhor»? Assim sendo: Tanto as bênçãos – comummente chamadas de magia
branca – como maldiçoes – usualmente
chamadas de magia negra – são caminhos de Deus que
em Deus são fruto, se por Deus e em Deus assim forem clamados.
E por isso assim se crê que com Deus
todas as bênçãos e magias dão fruto, e sem Deus nenhuma delas dará fruto algum,
e que assim todas elas devem ser exercidas dentro de Deus, em Deus, e jamais
fora de Deus. Por isso: é professado que Deus não é Senhor de apenas «algumas
coisas» mas sim de «todas as coisas», e que por isso tanto as bênçãos de
Deus, (a chamada «magia branca»), como as suas maldições, (a
chamada «magia negra»), podem ser clamadas a Deus em favor do sofredor, e assim
sendo podem essas bênçãos ou maldições manifestar-se neste mundo através de um
santo de Deus, tal como se manifestaram através de Moisés, tal como se
manifestaram em Abraão, tal como se manifestaram em Balaão, e tal como
professamos que se manifestam em são Cipriano e em Santa Maria Madalena.
Texto extraído do «Manifesto Doutrinário» © do altar de
São Cipriano, conforme registo em Oficio legal nº 5244-MC; averb Reg. Nº
5847/2009