ESTUDOS DEMONOLOGICOS
DEMONOLOGIA

A confusão entre o «Sheol» e o «inferno»
é um erro típico da teologia crista: o cristianismo vê o inferno como um lugar
de eterna condenação dos maus, ao passo que na verdade o «sheol», ( a noção
hebraica de onde nasceu a lenda mitológica do “Inferno” segundo o catolicismo),
é o «reino dos mortos», o local para onde vão as almas daqueles que faleceram,
para ali repousarem na sua vida pós-morte.
Trata-se por isso do mundo onde habitam
as almas de todos os mortos, e não de um local de condenação, ou pelo menos não
inteiramente: nesse local quem é condenável será purificado, e quem não o é
viverá pacificamente e em liberdade. Por isso, esta noção
corresponde antes a um arquétipo do «mundo dos
espíritos», onde todas as almas são purificadas. Segundo o evangelho
sobre José, ( um texto apócrifo doSec V d.C.), o «inferno» é tido
com um lugar por onde as almas tem de passar, ( através dos 7 véus das trevas
– cap. XXII, XXIII - ), para se purificarem.
Trata-se antes e por isso, de um
processo espiritual que sucede após a morte, trata-se da transposição de uma
passagem, ( cap. XXII), comum a todo o ser humano após a sua morte: todos
passam por essa transição, independentemente de serem pecadores ou não.
A mesma noção também encontramos noutro
texto apócrifo, os Actos de Pilatos, onde verificamos que no
“inferno” se encontram em repouso eterno as almas de figuras como Abraão,
Isaías, João Batista, etc,(II, cap 18,1), todas ela
ali habitando em espírito e aguardando a sua libertação por via da completa
purificação pelo espírito de Deus, que neste caso, ( neste texto), lhes aparece
através de Jesus.
Ou seja: o inferno é visto tanto em
certas tradições gnósticas, como nas mais ancestrais teologia hebraicas, como o
«mundo espiritual», e não como o «inferno» que os padres Católico -Romanos
“venderam” ao povo durante a Idade Media, apenas para o amedrontar e assim
manter sob sua alçada, guiado pelo grilhões do medo.
Esta noção que a igreja
católico – romana criou de um Inferno punitivo, assim como a criação imaginaria
de um «purgatório», ( cuja a existência, no Sec XX , já foi
desmentida pela própria Igreja através do papa João Paulo II), serviram apenas
para vender «bulas papais» e «perdoes celestiais» ás classes mais altas da
sociedade, enriquecendo assim os cofres do Vaticano de tal forma, que assim se
edificou uma das mais invejáveis fortunas do mundo que ainda hoje
existe.
A troco da salvação de uma alma, (para que ela não acabasse
no inferno, ou para que ela saísse rapidamente do purgatório e fosse para o céu),
a igreja católica vendia perdões papais que «limpavam» todos os pecados de uma
alma. Claro, fazia-o em troca de elevadas quantias de dinheiro, ou grandes
doações de património. Assim se construiu a fortuna do Vaticano, sob a ideia da
existência de um «inferno» punitivo que tanto assustou as pessoas e tanto
dinheiro gerou aos cofres da igreja.
Esta noção de «inferno», foi a maior fonte
de receitas financeiras da igreja, motivo pelo qual o Vaticano acumulou
fortunas ao longo de séculos e séculos, tornando-se assim no mais rico estado
do mundo. No entanto, por muito lucrativa que essa noção de «inferno» seja para
o catolicismo, a verdade é que não existe, é apenas uma invenção criada a
partir do conceito hebraico de «shoel», que significa: tumulo, cova, sepultura,
ou seja: apenas «mundo dos espíritos».
Segundo as noções místicas hebraicas
mais ancestrais, o «sheol», é o lugar para onde as almas humanas, após a morte
do corpo, ingressam; ou seja, não existe uma noção de «inferno» punitivo neste
conceito, mas antes a mera noção do «mundos dos mortos», ou o «mundo dos
espíritos», onde ai vivem em espírito todos aqueles que faleceram. A esse reino
dos espíritos, os hebraicos chamavam de «Sheol», e na verdade não se trata de
nenhum «inferno».
Outra confusão que a teologia Crista
gerou, foi o erro de identidade entre Lúcifer e Satã, uma vez que não se tratam
da mesma entidade.
Na verdade, Lúcifer era um querubim
gerado pela própria mão de Deus no primeiro dia da criação, e era por isso
cheio da Luz de Deus, ( seu Pai). Daí advêm o seu nome: Lúcifer, que significa
«portador da Luz»[ ou da «luz» de Deus, o seu pai]
Conforme descrito no Livro de
Ezequiel, Lúcifer desejou ser igual ao seu próprio pai, e por isso acabou
banido da presença de Deus e exilado do Reino de Deus. Por essa rebelião, o
filho celestial e primogénito de Deus, ( Lucifer), pagou com a sua
queda para este mundo.
Sobre esse momento, assim está escrito
no Livro do Apocalipse:
E a sua cauda levou após si a terça
parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra;
Apocalipse 12:3
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O Diabo, (Lúcifer), na mitologia Grega
era visto como o rei de Hades , o deus do mundo dos mortos. Para entrar na
morada de Hades, era preciso passar por um mítico cão demoníaco de três
cabeças, chamado Cérbero.
De acordo com a tradição islâmica,
Lúcifer revoltou-se contra Deus, não por desejar propriamente ascender ao lugar
do Criador, mas antes por orgulho, ou seja, por se ter recusado a ajoelhar
diante de Adão.
Assim está escrito:
«E quando dissemos aos anjos:
“Prostrai-vos diante de Adão”, eles prostraram-se, excepto Lúcifer,
[ Iblis] ,
que se recusou e, cheio de orgulho, se
juntou aos ímpios»
Alcorão II.34
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«Deus perguntou:”que te impede que te
prostres quando te mando?”
Respondeu:«Eu sou melhor do que
ele. Criaste-me do fogo e a ele criaste do barro».
Deus disse:« Desce do paraíso, pois
não é próprio que te enchas de orgulho nele.
Sai! Tu estas entre os desprezados»
Alcorão VII 11.18
|
De acordo com esta versão, Lucifer, ( um
ser perfeito, cheio da Luz de Deus e portador da sabedoria, ao qual nenhum
outro ser se podia comparar ou igualar), recusa-se a ajoelhar perante uma
criação que considera inferior a si mesmo. È por esse motivo, que acaba sendo
expulso do céu e exilado no mundo dos mortos.
Ao contrário, Satã não foi expulso, (
como Lúcifer), mas antes desertou dos céus.
Satã era um anjo das mais altas esferas
celestiais, ( um dos anjos «vigilantes», a quem estava incumbida a missão
de observar e guiar a raça humana neste mundo, tal qual anjos guardiães ),
que juntamente com outros anjos, (nomeadamente Azazel, um dos príncipes do
Céu e também ele um «vigilante»), optou de livre vontade por abandonar o céu e
instalar-se na terra, motivados que foram pela sua paixão pelas mulheres, ou
como dizem as escrituras no Livro de Génesis:
«as filhas dos homens».
Sobre este episodio, no qual um grupo de
anjos abandona o céu para se instalar na terra em busca da ardência do sexo com
as mulheres, assim esta escrito no I Livro de Enoch:
Naquele tempo, enquanto os filhos dos
homens se multiplicavam, nasciam-lhes belas filhas.
Os vigilantes – anjos filhos dos céus
– ficaram atraídos por ela e desejaram-nas.
Disseram uns aos outros: «Vamos procurar
as filhas dos homens, e gerar filhos para nos próprios».
I Livro Enoch
|
Assim, o I Livro
de Enoch descreve como 200 anjos caíram, ou seja, abandonaram a
esfera celeste e habitaram neste mundo. E assim continua o
apócrifo Enochiano:
Eles, tal como os seus chefes, tomaram
as mulheres para si. Escolhiam quem queriam.
Penetram-nas e desonrararm-nas.
Ensinaram-lhes bruxaria, formulas magicas e como cortar raízes e ervas
para usarem nos seus conjuros (….)
começaram [ os anjos caídos] a revelar
segredos mágicos ás suas mulheres
I Livro Enoch
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Não só a bruxaria é oferecida ás
mulheres em troca do acto sexual com os anjos, (e assim se inicia a arte da
bruxaria tal como ela é conhecida), como estes anjos se tornam anjos
caídos ou: demónios.
Sabemos por isso, tanto através das
escrituras como dos textos apócrifos, que entre a batalha liderada
por Lúcifer na sua rebelião contra Deus, assim como o
posterior abandono voluntário de Satã e os seus seguidores para se
casarem com as mulheres, ao todo foram alguns milhares de anjos que abandonaram
o céu, dando origem aos demónios que hoje em dia conhecemos, e que são tão
somente: anjos caídos.
Aos anjos caídos ou demónios, estão
normalmente associados os fenómenos de possessão voluntária e involuntária.
A possessão involuntária sucede quando
alguém é , contra a sua vontade, invadido pelo espírito de um demónio.
Esses casos podem assumir graus mais ou
menos agudos de possessão, ou seja: tanto uma pessoa pode encontrar-se sob uma
influência demoníaca quase imperceptível, ( o demónio apenas influi etereamente
em certos pensamentos, sentimentos e por consequência opções e actos da pessoa
influenciada), como uma pessoa pode chegar a ponto do espírito demoníaco querer
ocupar, dominar e controlar completamente o corpo do possuído. Nesses casos
mais agudos , ( e graves), de possessão, a pessoa perde totalmente o controlo
sob si mesma: a sua alma fica aprisionada num pequeno canto da sua própria
consciência apenas submergindo pontualmente e a muito custo; a pessoa não
consegue ter controlo sob o seu próprio corpo e mente, invadidos que estão de
forma total pelo espírito; o próprio espírito demoníaco manifesta-se
de uma forma totalmente incorporada no corpo possuído, como se aquele corpo
pertencesse apenas ao demónio.
No outro extremo dos casos de possessão,
temos as possessões voluntárias.
Dizia Jesus que o corpo é o templo do
espírito, e que Nele mesmo, ( no corpo de Jesus), habitava o espírito do filho
de Deus, ( o Cristo).
Ora, ao assim revelarem os evangelhos,
está-se atestando que o corpo humano pode ser habitação não só do próprio
espírito humano a que se destina, como também residência de um espírito
celeste.
Os casos de possessão voluntária ocorrem
neste tipo de caso, ou seja:
quando a pessoa se entrega
voluntariamente a um espírito, e se oferece para ser um casa em que esse mesmo
espírito pode passar a residir, permanente ou pontualmente. Nos casos
demonológicos, o espírito do anjo caído passa a habitar uma certa pessoa por 2
motivos:
1-
por ter escolhido essa pessoa para
tal finalidade;
2-
por se ter realizado um pacto
voluntário entre a pessoa que se vai deixar invadir pelo anjo caído e o próprio
anjo caído.
As pessoa destinadas e serem habitação,
moradia ou residência de um espírito desse tipo, apenas vêem a sua vida a salvo
uma vez aceitando a vontade do espírito; caso contrário, o espírito atormentará
essa pessoa ate que ela aceite a aliança. A aliança, ( ou pacto), no caso das
bruxas, é estabelecida através da carnalidade, tal como sucedeu na primeira vez
da historia da humanidade, conforme descrito no I Livro de Enoch. Em
troca, o espírito demoníaco concede o seu favor á pessoa em quem passou a
residir. Esta tradição de possessões volnutarias é especialmente
praticada nas religiões Africanas de Vodu,Kimbanda ,
assim como nas tradições Europeias de Bruxaria.
As mais 5 importantes obras sobre
demónios, as suas hierarquias, etologia e ontologia, (a denominada
«demonologia»), são:
I
o Malleus Maleficarum
II
a Demonolatria
III
o Compendium Maleficarum
IV
a Ars Goetia
V
o Pseudomonarchia Daemonum
Os Grimórios que se debruçam sobre a esfera demoníaca, são
instrumentos preciosos na realização de Magia Negra.
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